quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

EcoBusiness - Simples moda ou questão de sobrevivência?

Não há como negar a centralidade atual das questões ambientais no cotidiano de grande parte do globo.

Aquecimento global, efeito estufa, acidificação dos oceanos, desmatamento de florestas e emissão de carbono são palavras e expressões que poderíamos ouvir saindo da boca de pessoas das mais variadas nacionalidades.

Na agenda internacional, combater a degradação do meio-ambiente virou prioridade e está exigindo cooperação por parte de toda a comunidade internacional. No dia-a-dia dos indivíduos, também vemos o reflexo da conscientização ambiental: economizar água e energia, fazer coleta seletiva, procura por produtos verdes e evitar poluir ao máximo são hábitos em alta nos quatro cantos do planeta.

Ser ecologicamente correto é cada vez mais comum e urgente.

No mundo dos negócios, a situação não é diferente.

É nesse contexto que entra o papel do ecobusiness, definido usualmente como o negócio ambientalmente consciente, que busca sempre a produção mais limpa possível e o mínimo de impacto ambiental.

Toda a concepção do ecobusiness se apóia no conceito cada vez mais popularizado de desenvolvimento sustentável.

De acordo com a ONU, a sustentabilidade é definida como “o atendimento das necessidades das gerações atuais, sem comprometer a possibilidade de satisfação das necessidades das gerações futuras” (ONU, Brundtland Comission, na publicação “Our Common Future”, Oxford University Press, 1987, p. 43). Ou seja, não se trata de parar de produzir e consumir completamente – idéia um tanto quando ingênua e utópica. O grande desafio do desenvolvimento sustentável consiste em permitir a expansão econômica sem descuidar, no entanto, da conservação do meio ambiente. Talvez uma posição menos incisiva do que a necessária, mais muito mais realizável.

Nesse cenário, o ecobusiness – ou green business – é de fato um dos pilares do desenvolvimento econômico sustentável.

O segmento é composto basicamente por três tipos de empresas.

No centro da questão encontram-se as companhias especializadas em criar soluções para problemas ambientais em geral.

Já um segundo grupo de empresas busca a constante diminuição dos impactos ambientais em seus respectivos setores.

Por fim, existe um terceiro conjunto de companhias que compõem os segmentos tradicionais – como a indústria automobilística ou metalúrgica – mas se diferenciam das demais pela preocupação por adotar processos de menor impacto ambiental ou ofertar produtos ecologicamente corretos.

Integrar ao menos esse terceiro grupo de empresas é uma exigência que se faz cada vez mais explícita.

Os consumidores em geral procuram produtos que não agridam o meio ambiente, que sejam extraídos de forma consciente. O resultado é notável: as empresas “verdes” vendem mais e cultivam uma imagem muito mais aprovada pela opinião pública.

E o mundo dos negócios está respondendo com uma verdadeira revolução. Empresas de todos os tipos, tamanho e origens aderem à onda ambiental.

De acordo com Carl-Peter Forster, presidente da GM Europa, a empresa, além de procurar ofertar carros ecologicamente corretos, busca também operar todo o processo de produção da maneira mais “limpa” possível, e por isso são líderes no uso de painéis como fonte de energia solar.

O Brasil também participa ativamente dessa revolução “verde”. O ecobusiness já pode ser notado por todo o lado no país, mesmo nas pequenas e médias empresas. Compreender o processo de união da estratégia de negócio à estratégia de desenvolvimento sustentável virou necessidade e, para atender essa demanda crescente dos empresários, os cursos e eventos sobre o assunto se proliferam.

O ECO Business, exemplo desse panorama, é realizado em São Paulo desde 2008.

Define-se como um “evento de disseminação de conceitos e práticas sustentáveis”.

Já o Instituo Ethos oferece o curso “Construindo Negócios Sustentáveis”, também em São Paulo.

O caminho na direção do negócio “verde” inclui uma variada gama de medidas possíveis, entre elas a ênfase na reciclagem, a busca pela redução do consumo de energia, a compra de créditos de carbono e a priorização das energias renováveis.

Caminhos que de fato podem levar também a ecoeficiência.

De acordo com a definição do WBCSD (Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável), essa é uma estratégia de gerenciamento que cria maior valor com menos impacto.

Ou seja, cria a possibilidade de produzir mais e melhor seus bens e serviços, com menos poluição e menos uso de recursos naturais.

O meio ambiente, tradicional inimigo do mundo dos negócios, pode se revelar um parceiro essencial para o sucesso comercial.

De fato, tornar-se uma empresa “verde” vai muito além da moda e estabelece-se como uma exigência.

Afinal, mais do que a sobrevivência comercial, o que está em jogo – em última análise – é a sobrevivência da sociedade humana nos padrões que conhecemos hoje.

Por: Luis Felipe Carvalho Lopes - Prisma Consultoria Internacional
http://www.banein.com/prisma-consultoria-internacional/ecobusiness-simples-moda-ou-questao-de-sobrevivencia/ecobusiness-simples-moda-ou-questao-de-sobrevivencia/

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